Dia desses eu estava refletindo: em meio a um universo linguístico onde todo mundo fala o que quer e do jeito que quer, um movimento interessante tem surgido e ganha força a cada dia: a valorização do uso “correto” (ou mais adequado) da Língua Portuguesa. Não fosse verdade, o assunto nem seria pauta aqui da nossa Coluna (tenho a leve impressão de que estou ‘me achando’!). Um olhar mais atento, e você perceberá que o que estou dizendo tem fundamento. Vamos lá:
· As empresas e instituições públicas estão investindo em cursos voltados à escrita e ao conhecimento gramatical, além de preceitos a uma comunicação empresarial, interna e externa, mais adequada;
· Cresce o número de publicações sobre o assunto (aproveitando o ensejo, em breve, lançarei um livro intitulado “Os desvios gramaticais mais comuns no mundo empresarial”);
· As manifestações em redes sociais quanto a posts com grafias erradas e outros desvios (a galera não perdoa…);
· Um supremo ex-ministro que exigiu o pronome de tratamento adequado à liturgia (essa foi a gota serena d’agua do eloquentismo egocêntrico de um pensamento divínico magnânimo…eitaaaaaa pexte);
· As críticas a veículos de comunicação que cometem desvios (aí tem que contratar revisor, papai);
· Até os pais, que muitas vezes não têm tempo para acompanhar o desenvolvimento escolar dos filhos, dão uma “cutucada” nas escolas quando encontram uns “pecadinhos” da Língua Portuguesa em comunicados e avisos que as instituições mandam pra casa (aí é osso).
Poderíamos discriminar (no sentido de relacionar, viu?!) uma volta inteira na terra de situações em que a exigência do uso de um Português mais situacional se faz presente e futuro (uma brincadeirinha…rsrsr).
Inclusive, quando há uma certa frequência de desvios, as pessoas que os cometem passam a ser observadas com um olhinho meio atravessado. Diga que é mentira minha! Duvido que você, prezado leitor, não tenha cutucado alguém por causa de um ‘nóis vai’. Isso acontece porque a Língua é um fato social. O modo como a linguagem é utilizada diz muito do seu usuário.
Você pode até dizer que estou exagerando. Mas, no fundo quase raso, sabe que estou certo. Daí o cuidado, rapá, que devemos ter SEMPRE. Claro, sem neuras ou noias (baixei o nível agora, diga aí, vá!). Então tome dicas bacanas para que você nunca mais seja motivo do risinho de canto de boca.
Faz ou fazem?
Olha aqui um probleminha cotidiano. Muita gente usa o verbo no tempo errado. FAZER, quando indicar TEMPO, não vai para o plural. Mas uma pá de gente teima em errar. Portanto, em qualquer situação, use o singular. Assim: Faz três meses que escrevo a Coluna no Caderno Mais. Entendeu?
O plural só existe quando o verbo FAZER estiver indicando sentido de produzir e concordando com o sujeito. Veja: Os paredões fazem um barulho ensurdecedor.
– Baixe o som aí, véi!
Não erre, senão…
E agora, André! Quando se usa SENÃO? Resposta: quando o sentido for de CASO CONTRÁRIO. Exemplo: Vote com consciência, senão (caso contrário) vai pagar um preço alto. E tenho dito!
Já SE NÃO traz uma ideia de condição. Pode ser trocado por CASO. Confira: Se não chover (caso não chova), vou te levar à praia, onde comeremos um delicioso caranguejo e uma saborosíssima fritada de aratu, meu amor.
– Ê Sergipe de culinária top!
Menas? Não!
Por favor, tudo menos ‘menas’. Esse troço não existe, não concorda, não é certo. Só existe menos. Exemplo: Desejo que ela seja sempre menos triste, menos chata, menos pobre.
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